segunda-feira, 10 de maio de 2010

Somos Igreja

A Igreja, Corpo de Cristo, da qual a cabeça é o próprio Cristo é uma construção viva, de pedras vivas, à qual são chamados todos os homens e mulheres do mundo inteiro.
Como em qualquer construção, todas as pedras têm o seu lugar e são necessárias, ocupando o respectivo lugar.
Somos chamados à unidade, unidade que nem sempre conseguimos realizar. Pobres e fracos que somos, estamos constantemente a criar divisões. Porém o Espírito Santo, Espírito de Unidade e da Verdade que o Pai nos envia, está connosco construindo a Unidade, fazendo-nos capazes de a buscar, e encontrar formas de a realizar.
Vejamos como viviam os primeiros cristãos... (Act 4,32-35)

A multidão dos fiéis eram um só coração e uma só alma

E vejamos (1Cor 1,10-13)...Paulo pede que não haja divisões entre os cristãos “Rogo-vos que entre vós não haja divisões”. Só Cristo morreu por nós, a Ele devemos seguir e, entre nós, devemos ser como irmãos muito queridos, unidos no Amor do Pai.

Creio na Igreja Una (Unidada no Espirito Santo, Espírito de Amor do Pai)
Creio na Igreja Santa (Santa porque santo é Cristo sua cabeça que nela está presente)
Creio na Igreja Católica (Universal-para toda a Humanidade)
Creio na Igreja Apostólica (Assente nos Apóstolos e enviada a anunciar)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Escolheu doze



Deus foi preparando a Humanidade para a vinda de Jesus. Foi fazendo a Humanidade compreender que Deus quer fazer de todos um só Povo. E, chamou alguns, que ao longo dos séculos foram entendendo, souberam estar atentos, deixaram-se conduzir pela Palavra de Deus e o Seu Espírito e foram realizando a vontade de Deus.

Conhecemos alguns: Abraão, Sara, Moisés, David, Débora, Ana, Raquel, Jeremias, Isaías...

Foi preparação para acolher o Reino de Deus que chegaria.

Então vem Jesus, o filho de Deus. Ele vem formar o Novo Povo de Deus, onde não existe fronteiras, onde cabem todos os povos, todas as raças... O que começou Jesus por fazer...

(Leitura de Mc.3, 13-14 e Mt.10, 1-5 . 7)

Jesus escolheu doze e disse: “Proclamai que o Reino dos Céus está perto”. Jesus chama os que quer para fazerem o mesmo que Ele faz, para viverem como Ele. Jesus começa a preparar aqueles que ficarão a torná-l’O presente depois da sua Ressurreição e quando Ele voltar para o Pai. Jesus prepara o Novo Povo de Deus. Sabemos quem são os alicerces do povo antigo. Abraão, Isaac, Jacob, Moisés,...

E os alicerces sobre os quais Jesus vai construir o Novo Povo de Deus. Os Apóstolos. Dentre estes, há um a quem Jesus dá uma maior responsabilidade; unir todo o grupo.

(Mt16, 13-19)

É assim que Jesus começa a construir a sua Igreja. A Pedro Jesus pede uma reponsabilidade maior; unir os outros apóstolos, ser sinal de unidade, aquele que liga uns aos outros todos os apóstolos. Ele é sinal de unidade da Igreja, aquele que liga. Os apóstolos são, portanto, o alicerce da Igreja. Mas, eles um dia haviam de morrer, então foram chamando outros que ficariam no seu lugar. E, foi sendo assim ao longo dos tempos até hoje.

Hoje no lugar de Pedro está o Papa Bento XVI. No lugar dos outros Apóstolos, os Bispos. Mas Igreja somos também nós os que acreditamos n’Ele e queremos viver a vida de Jesus... à maneira de Jesus. É uma Igreja feita de pedras vivas, na qual, a pedra principal, angular, é Jesus: os alicerces são os Apóstolos; o Papa, os Bispos, os padres... Os diáconos, os catequistas, os acólitos e todos os que procuram viver da mesma maneira que Jesus, somos as pedras vivas. Ela é construída pelo próprio Deus. A Igreja é animada pelo Espírito Santo que nos envia a anunciar a Boa Nova de Jesus a todos.

Todos somos chamados a anunciar a Boa Nova de Jesus juntamente com o Papa e os Bispos e ainda os padres (colaboradores dos Bispos). Mesmo sendo fracos e até pecadores (pois nem sempre vivemos o amor à maneira de Jesus) sabemos que o Espírito de Jesus ressuscitado, está connosco para nos ajudar a cumprir a missão que devemos procurar descobrir e receber d’Ele.

Como vou ser construtor nesta Igreja que outros começaram?

A Igreja precisa de padres; diáconos; acólitos; pais e mães de família à maneira de José e Maria; filhos à maneira de Jesus; catequistas; leitores que proclamem a Palavra de Deus; outros que cuidem com muito amor dos doentes, dos que sofrem...

Porque a Igreja é fundada sobre os alicerces dos Apóstolos e é chamada a anunciar a Boa Nova, o amor de Jesus Salvador, dizemos que ela é Apostólica.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Vimos o Senhor

PÁSCOA é Vida, vida que floresce e frutifica, é renovação, renascimento, é alegria, é luz, calor que aquece e nos enche de esperança.

VIDA, é possível unidos a Jesus que passou pelo mundo fazendo o bem.

VIDA é possível apesar da cruz.

Quem é este Jesus que nós dizemos ter ressuscitado?


O que podemos dizer deste homem?

Nasceu numa família, num povo, num país, cresceu, aprendeu, estudou, rezou, trabalhou, ajudou os seus pais, acolheu todos os que vinham ter com ele, curou doentes, perdoou, falou como ninguém,...e de quem falou? Do Pai do Céu, de Deus. Foi um Homem que na sua vida só fez o bem.
E, que Lhe aconteceu? Morreu? Numa cruz, como o pior criminoso! Porquê?

Quem estava junto à cruz? Somente a Sua Mãe, Maria; João; e algumas mulheres...
O que aconteceu aos Seus amigos? Todos o abandonaram!

E nós? Imaginemo-nos em Jerusalém nesses dias... o que teríamos sentido? O que teríamos feito?

(Tristeza, medo, ficaríamos desnorteados, sem saber o que fazer, desiludidos, secalhar fugiriamos também...)
Que tristeza!... Tudo parece ter terminado... tanta esperança posta neste homem, e, afinal... acabou morto... deram-lhe a morte... fracassado... que desilusão. Ele era a esperança do povo, seria o salvador... Mas que salvação esperavam? Tudo terminou. Mataram-no, está morto.



Mas, no Domingo, ainda cedo, muito cedo, algumas mulheres foram ao sepulcro. Vão tristes e com saudade e, é então que Jesus Se manifesta a Maria Madalena. Cheia de alegria, ela não consegue guardar esta alegria só para si, vai ter com os discípulos e diz-lhes: “Vi o Senhor”


Vão dois discípulos pelo caminho para a sua terra, Emaús. Vão tristes, desiludidos e derrotados.
Um homem junta-se a eles e inicia um diálogo. Enquanto conversam os corações destes discípulos sentem-se inquietos e parece que o coração lhes arde de paz e contentamento.
Convidam-no para entrar em sua casa e sentam-se à mesa. A certa altura Ele pega no pão, parte e reparte por Eles (como Jesus tinha feito na Última Ceia). Reconhecem Jesus.

Com o coração transbordando de alegria, vão dar a notícia aos outros.
Embora contentes, os discípulos ainda não sabem o que pensar, o que fazer. Sentem-se perdidos, ainda têm medo e duvidam.
Alguns regressam às suas terras, à vida que tinham antes. Voltam ao mar para pescar.

Vamos ver o que aconteceu.

Jo 21, 1-14

O que andam estes discípulos a fazer?
Na pesca, aquilo que faziam antes de conhecer Jesus.
Andaram toda a noite na pesca. O que pescaram? Nada.
Aparece um homem na praia. O que lhes pergunta?
“Tendes algum peixe que se coma?”
O que lhes diz este homem?
Lançai as redes para o outro lado.
Quem é este homem? Jesus.
Os discípulos reconheceram-n’O logo? Não.
Quando é que o reconheceram?
Quando Jesus pegou no pão e no peixe e o repartiu por eles.
Jesus manifesta-Se Vivo aos seus amigos quando estão reunidos e sempre num momento de refeição.
É enquanto unidos, em comunidade de irmãos (é asssim que agora passam a chamar-se) que Jesus nos faz descobrir a Sua presença, que nos faz descobrir que está Vivo. Ele nunca esteve tão presente como agora. Está presente duma maneira nova.

Depois deste encontro com Jesus, os discípulos ficam a compreender uma coisa muito importante: Jesus Ressuscitou está connosco em toda a nossa vida.

Está sempre presente pois para Ele não há tempo, nem espaço. Ele está em qualquer lugar onde está aquele que acredita n’Ele e onde se reunem em Seu nome.
Ele está sempre connosco, presente em todos os momentos da nossa vida para fazer de nós homens ressuscitados, vivos com Ele, como filhos de Deus, como irmãos uns dos outros, vivendo o Amor que Ele nos comunica e nos ensina: quando trabalhamos, quando brincamos, quando estudamos, quando estamos tristes e quando estamos alegres... Jesus está sempre connosco.
Jesus está Vivo através de nós que acreditamos na Sua presença de Ressuscitado e procuramos viver o Seu amor. Está na Igreja reunida.

Ser cristão é ter esta certeza de que Jesus está connosco; a salvar-nos, a ajudar-nos a ser homens e mulheres vivos, ressuscitados, procurando viver intensamente o Seu Amor. E, então também nós podemos dizer e anunciar: “Vimos o Senhor”.

segunda-feira, 22 de março de 2010

A Vida a que Deus nos chama

39*E nós somos testemunhas do que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. A Ele, que mataram, suspendendo-o de um madeiro, 40*Deus ressuscitou-o, ao terceiro dia, e permitiu-lhe manifestar-se, 41não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois da sua ressurreição dos mortos.
(Act 10, 39-41)

Aqueles que fizeram a experiência de Jesus que foi dando a vida, levando até ao extremo a Sua doação, morrendo por Amor na Cruz, mas ressuscitando, esses que fizeram encontro com Jesus Vivo, nunca mais deixaram de anunciar e acreditar que, se Jesus Ressuscitou e está vivo, também nós viveremos para sempre.

Mas, aprendemos de Jesus que, a vida de ressuscitados só se alcança, só se tem, se, a exemplo de Jesus, vivemos no dinamismo do amor de uns pelos outros da mesma maneira que Jesus viveu.

Este foi o testemunho de vida deixado também por aqueles que assim acreditavam e assim seguiam o exemplo de Jesus, dando, tantos deles, a vida até ao fim.

Deixou-nos este exemplo S. Maximiliano Kolbe, que, no campo de concentração de Auschwitz ofereceu a sua vida em lugar dum chefe de família condenado a morrer.

Ressuscitou ao terceiro dia conforme as escrituras...

Creio na ressurreição ... e na vida do mundo que há-de vir...

proclamamos todos os domingos na Missa.

Vivamos desde agora a Vida Eterna vivendo cada dia a dimensão do amor de Deus.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Cada momento da vida de Jesus, desde o nascimento até ao momento da Cruz, foi entrega total e incondicional, por puro amor e gratuidade, a cada Homem de quem Ele se faz irmão.
Jesus não dá simplesmente amor, Jesus dá-se, entrega-se.
Dá-se,quando fala do Amor do Pai e fala de Deus, como um Pai amoroso, escandalizando o poder religioso instituído; dá-se quando come com os publicanos e pecadores, mostrando que o amor de Deus é tão grande que a todos acolhe, e, não faz acepção de pessoas; dá-se, quando se compadece do sofrimento humano e se aproxima dos leprosos, dos cegos e demais doentes, e os cura; dá-se, quando se aproxima dos marginalizdos da sociedade, e com eles faz amizade (Zaqueu, Mateus, mulher pecadora) e mostrando compreensão os ajuda a encontrar-se com o amor de Deus; dá-se quando acolhe as criancinhas e as abençoa; dá-se quando acolhe Nicodemos e todos aqueles que procuram a verdade; e dá-se livremente, não foge, quando aqueles que não conseguiram acolher o Seu amor, o querem condenar à morte.

Ninguém Me tira a vida. Sou Eu que a dou por Mim mesmo. (Cf. Jo 10,18)

Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos. (Jo 15,13)

Jesus dá a vida, porque muito ama e quer-nos levar a ser felizes, amando também. Deu-nos o exemplo para que, como Ele fez, façamos nós também.(Cf. Jo 15,13)

Depois de Jesus, muitos deram a vida a exemplo do Mestre:
Madre Teresa de Calcutá, Maximiliano Kolbe, Pde. Damião (apóstolo dos leprosos), Raoul Folreau, ... tantos e tantos, homens e mulheres, que não se poupam a sacrifícios para estar ao lado, e socorrer os outros nas suas necessidades e misérias.

Eucaristia Fonte de Vida

Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus na noite em que era entregue, tomou pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim». Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.» Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha. (1 Cor 11,23-26)

A Eucaristia é o sacrifício da nova e definitiva Aliança, de Deus connosco.
É Jesus que se oferece ao Pai por nós.
É Cristo presente.
A Eucaristia é a festa do Reino de Deus, que já está entre nós.
A Eucaristia lembra e faz memória, actualiza, torna presente, a morte e ressurreição de Jesus.
É a festa em que, a comunidade reunida, agradece e louva o Senhor, pelo Dom da Vida.
É Vida que se oferece, é Amor, é Comunhão, Vida partilhada. É convite ao Amor, a uma vida de relação; relação com Deus e de uns com os outros.
A Eucaristia é festa, é alegria. Alegria vivida e partilhada.
É intimidade de Vida com o Pai, o Filho no Espírito Santo.
É entrar na Vida de Deus e viver o Reino.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Caminho de Vida

Pela sua vida, os Seus gestos (amor, acolhimento de todos, curando, perdoando), a sua palavra (Parábolas) Jesus mostra-nos que o Reino de Deus está entre nós. Ele é o Reino de Deus.

Indica-nos os Seus critérios de Felicidade – as Bem-Aventuranças:

As Bem-aventuranças Lc 6, 20-26

Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discípulos aproximaram-se dele. Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:
«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.
Felizes os que choram, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque possuirão a terra. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu. Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.» Lc 5, 1-12

Jesus mostra-nos o caminho da felicidade. Aquele que vive os Seus critérios de vida é Feliz. É Feliz quem vive no amor a Deus e aos irmãos. É Feliz aquele que é solidário, tolerante, misericordioso, que luta pela justiça para todos (todos sejam tratados de igual modo), aquele que procura fazer a paz, que sente (sofre) com quem sofre...

Jesus ensina-nos pelo Seu modo de proceder e pela Sua Palavra como é o Amor de Deus. Jesus convida-nos para a perfeição, não a da Lei, mas a perfeição do amor:

“Sede perfeitos como o vosso Pai celeste” Mt 5, 48
“Amai-vos uns aos outros com eu vos amei” Jo 15, 12

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Abrirei a minha boca em parábolas

Jesus anunciava o Evangelho, a boa notícia do reino de Deus através de parábolas. Nelas Jesus comparava situações concretas do dia-a-dia com o Reino de Deus para que fosse mais fácil para o povo o compreender. Vamos também procurar nestas parábolas a presença do Reino de Deus em nós.


«A que é semelhante o Reino de Deus e a que posso compará-lo? É semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e deitou no seu quintal. Cresceu, tornou-se uma árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus ramos.» Disse ainda: «A que posso comparar o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que certa mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar levedada toda a massa.»

«Certo homem ia dar um grande banquete e fez muitos convites. À hora do banquete, mandou o seu servo dizer aos convidados: 'Vinde, já está tudo pronto.' Mas todos, unanimemente, começaram a esquivar-se. O primeiro disse: 'Comprei um terreno e preciso de ir vê-lo; peço-te que me dispenses.' Outro disse: 'Comprei cinco juntas de bois e tenho de ir experimentá-las; peço-te que me dispenses.' E outro disse: 'Casei-me e, por isso, não posso ir.' O servo regressou e comunicou isto ao seu senhor. Então, o dono da casa, irritado, disse ao servo: 'Sai imediatamente às praças e às ruas da cidade e traz para aqui os pobres, os estropiados, os cegos e os coxos.' O servo voltou e disse-lhe: 'Senhor, está feito o que determinaste, e ainda há lugar.' E o senhor disse ao servo: 'Sai pelos caminhos e azinhagas e obriga-os a entrar, para que a minha casa fique cheia.'

«O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o campo. O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas. Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola.»


Jesus propôs-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é comparável a um homem que semeou boa semente no seu campo. Ora, enquanto os seus homens dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e afastou-se. Quando a haste cresceu e deu fruto, apareceu também o joio. Os servos do dono da casa foram ter com ele e disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?' 'Foi algum inimigo meu que fez isto' - respondeu ele. Disseram-lhe os servos: 'Queres que vamos arrancá-lo?' Ele respondeu: 'Não, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo. Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa; e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado; e recolhei o trigo no meu celeiro.'»

«O Reino do Céu é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que ela se enche, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e escolhem os bons para as canastras, e os ruins, deitam-nos fora.

«Será também como um homem que, ao partir para fora, chamou os servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual conforme a sua capacidade; e depois partiu. Aquele que recebeu cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco. Da mesma forma, aquele que recebeu dois ganhou outros dois. Mas aquele que apenas recebeu um foi fazer um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e pediu-lhes contas. Aquele que tinha recebido cinco talentos aproximou-se e entregou-lhe outros cinco, dizendo: 'Senhor, confiaste-me cinco talentos; aqui estão outros cinco que eu ganhei.' O senhor disse-lhe: 'Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.' Veio, em seguida, o que tinha recebido dois talentos: 'Senhor, disse ele, confiaste-me dois talentos; aqui estão outros dois que eu ganhei.' O senhor disse-lhe: 'Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.' Veio, finalmente, o que tinha recebido um só talento: 'Senhor, disse ele, sempre te conheci como homem duro, que ceifas onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso, com medo, fui esconder o teu talento na terra. Aqui está o que te pertence.' O senhor respondeu-lhe: 'Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu ceifo onde não semeei e recolho onde não espalhei. Pois bem, devias ter levado o meu dinheiro aos banqueiros e, no meu regresso, teria levantado o meu dinheiro com juros.' 'Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos. Porque ao que tem será dado e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. A esse servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.'»

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Os sinais do reino

A presença de Jesus é para nós a presença do Reino de Deus. Esta presença do Reino é tão mais real quanto mais nos abrimos à presença da Palavra em nós. Transformados pelo Amor somos também presença do Reino na Palavra, no Verbo que é acção do Amor em nós, em gestos concretos. Jesus, ao longo do seu caminho vai deixando sinais que nos guiam à presença do reino.

Na Bíblia encontramos alguns desses sinais que devemos pensar e encontrar neles o Verbo; acção para a nossa vida.

Vamos ler e procurar os sinais do reino, em Jesus e depois em nós.

Jo 2, 1-11 - Os noivos de Caná não têm vinho

Jo 4, 46-54 - O filho do funcionário real está doente

Jo 5, 1-9 - Na pescina de Betsaída, um homem espera a cura há 38 anos

Jo 6, 5-14 - A multidão que segue Jesus tem fome

Jo 9, 1-7.35-38 - Um cego de nascença encontra Jesus

Jo 11, 1-3.17-21.32-45 - Lázaro de Betânia adoece e morre

Por vezes somos como os fariseus que mesmo diante do reino continuavam à espera que vosse algo bem diferente daquilo que viam. Eles esperavam um reino concreto e aparatoso. Quando perguntava porque é que do Reino de Deus não se podia dizer "Eis aqui ou eis ali", um de vós me dizia, o Reino de Deus não se vê porque é um reino espiritual. Sim é a comunhão do Amor.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Reino de Deus está entre nós

Amigos, o Reino de Deus está entre nós.

Que quer isto dizer?
De que forma isto se revela em nós no nosso dia-a-dia?
Esta novidade transforma-nos?
Quanto tempo dispensamos para descobrir a presença do Reino entre nós?

Para e lê: Is 60; 61

No livro do profeta Isaias, ele anuncia a Jerusálem, povo de Deus, que está a chegar aquele que é Luz. Anuncia a chegada daquele que hoje conhecemos como Jesus. Anuncia que Jesus vem para iluminar, para guiar Jesusálem. Desde cedo nos habituamos a chamar ao povo de Abraão o povo de Deus. Esse povo a quem Deus viria a prometer uma terra à qual foram levados por Moisés. É a esse povo que que Isaías anuncia a vinda de Jesus. Esse povo do qual também nós fazemos parte. Nesse a quem Isaias chama o ungido de Deus, o enviado de Deus, Isaias coloca toda a esperança. Quando a sua presença se manifestar todos os povos o seguirão e a paz reinará. Ele nos trará a salvação, a presença do Reino de Deus entre nós.

Para e lê: Lc 4

Este Jesus anunciado pelos profetas como Rei nasce na humildade de servo. Este Jesus que crescia em estatura e sabedoria tinha-se revelado no seu crescimento de graça perante os Doutores do Templo. Agora, em plena sinagoga, onde iria habitualmente como qualquer Judeu do seu tempo, revela-se como o ungido de Deus anunciado pelos profetas. Ele ungido, enviado por Deus à humanidade, inicia assim a sua missão. Ele, o próprio Deus encarnado, Deus filho, vem na humildade da nossa condição humana trazer-nos a salvação. Ele, é a presença do Reino, ali, o Deus Amor.

E hoje?

Somos seguidores não de um morto mas de um vivo, de um Jesus ressuscitado que comungamos. Hoje o reino de Deus permanece entre nós quanto mais formos capazes de viver em comunão. Aquela comunhão do Corpo presente no sacrário das igrejas e que nos deve fazer Igreja. Sempre que fazemos esse gesto devemos lembrar-nos de que o Reino de Deus é um Reino de comunhão, de partilha, de vida. Aquela comunhão é aceitação da presença de Cristo em nós, presença que se deve manifestar de forma concreta, em cada dia, com todos os que nos rodeiam.

Precisamos de procurar esta relação com Jesus, na Sua Palavra, na Celebração da Eucaristia que é comunhão e nos ensina à comunhão. Esta comunhão tem que ser partilha do Amor deste Jesus em cada dia com cada pessoa com quem nos cruzamos. Temos que ser este Deus para os outros e reconhecer nos outros a presença de Deus. É assim, com esta presença concreta de Deus em nós que realizamos a promessa do Reino de Deus, hoje, aqui, ainda antes da eternidade que ainda não conseguimos compreender.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Alegrai-vos! Nasceu o Salvador

Para muitos o Natal é uma grande festa. Durante os dias que se aproximam do Natal preparamos a festa. Passamos uma grande azáfama para encher a mesa com tudo de melhor, gastamos mais do que podemos para comprar tudo de bom e do melhor para oferecer, comemos e bebemos numa grande algazarra onde quase ninguém se entende. Todo este tempo é uma grande correria onde pouco tempo sobra para pensar. Aproxima-se o dia de Natal e tudo tem que estar no ponto. O nervosismo aumenta e quase não temos paciência para nos encontrarmos uns com os outros. Mas afinal o que é o Natal? Para muitos um tempo para fazer festa.

O Natal é a celebração da alegria do nascimento de Jesus. Jesus nasceu há mais de dois mil anos, parecemos tolos se celebramos o aniversário de alguém que já morreu à tanto tempo. Além do mais não sabemos bem em que dia nasceu. Assim não faz sentido. Não celebramos um Jesus que morreu mas um Jesus vivo. Mas como pode estar vivo? É certo que ressuscitou, mas como? Onde está?

Só faz sentido celebrar o Natal se celebrarmos o renascimento de Jesus em cada um de nós. É isto que é verdadeiramente difícil ou verdadeiramente fácil. A preparação do nosso Natal tem que ser um Advento de meditação na presença ou ausência de Deus nas nossas vidas. Tem que ser uma preparação de meditação na Palavra que é Deus e na acção que ela nos propõe a cada dia. É uma reflexão sobre quem é este menino que nasce e uma abertura a Ele para que possa habitar, renascer, nos nossos corações. Assim é Natal.

Ele renasce tanto mais quanto mais nos relacionamos com Ele e com os irmãos. Assim podemo-nos encontrar com ele e com os outros na celebração da eucaristia, todos os Domingos. Renasce também quando nos abrimos à partilha da Sua palavra na catequese.

Quem é este homem?

Jesus é verdadeiramente homem como qualquer um de nós. Viveu como nós vivemos menos no pecado. Jesus foi criança e como qualquer criança brincou e foi educado pelos pais. Jesus trabalhou como qualquer homem. Jesus comia, bebia e dormia. Jesus sofria como qualquer homem.

Jesus é Amor e só Amor e toda a sua vida é construção de Amor. Jesus é o Filho de Deus, o próprio Deus encarnado. Jesus é Deus num corpo humano que vem ao mundo trazer-nos o Seu Amor. Jesus é por isso verdadeiro Deus.

O Deus pai relaciona-se com o Filho, envia-lhe o Seu espírito que o fortalece. A esse espírito de Amor relação entre Pai e Filho chamamos Espírito Santo. Este Espírito não é nenhum fantasma, é também ele o próprio Deus que acolhemos em nós e recebemos no dia do nosso baptismo.

A estas três manifestações de Deus, chamamos Santíssima Trindade.

A minha alma glorifica o Senhor

Jesus nasceu porque Maria acolheu o Amor de Deus e aceitou gerar no seu ventre o Filho de Deus. Maria era uma jovem alegre de coração puro. A sua alegria contagiava aqueles que a rodeavam. Maria na sua alegria e generosidade corre a ajudar sua prima Isabel assim que o anjo lhe anuncia que também ela ia ser mãe. Com a alegria de João no seu ventre, também Isabel se alegra com a presença de Jesus no ventre de Maria. Maria sente-se tão alegre com a presença de Jesus e com a alegria que Ele gera que louva a Deus com um cântico que ainda hoje lembramos. O magnificat.

Tu és o meu filho muito amado

João Baptista baptizava em água aqueles que abriam o coração e o seguiam. Aquela água simboliza a pureza, a purificação dos pecados, a abertura do coração.

Quando Jesus estava preparado para começar a anunciar vai ter com João para ser Baptizado. Jesus não precisava de ser Baptizado e João sabia disso. João sabia que Jesus é o Filho de Deus e não queria baptizá-lo. Mas Jesus queria dar um novo significado àquele baptismo. Quando João derramou a água sobre Jesus uma pomba surge no céu e uma voz ouve-se dizendo: - Este é o meu filho muito amado, escutai-o. Sobre Jesus descia o Espírito Santo para que através dele e daquela água também nós recebêssemos o Seu espírito.

Preparai o caminho do Senhor

João Baptista clama no deserto:

Preparai o caminho do Senhor!

João pede-nos para prepara o caminho do Senhor! Este não é um caminho que se prepare alisando um terreno. João pede-nos para aplanar montes e arrasar com vales, pede-nos para endireitar as veredas, usa símbolos que querem dizer muito mais do que aquilo que à partida parecem querer dizer.

Os caminhos difíceis, os montes altos e vales profundos de que João nos fala são os nossos corações. João queria que os corações das pessoas do seu tempo se abrissem para acolher as novidades que Jesus tinha para lhes trazer. Se nos corações abundar o egoísmo, o ódio, a violência, se cada um viver fechado ao relacionamento com o próximo, não consegue ouvir e entender a mensagem de Jesus.

Bendito o Senhor Deus de Israel

Ao longo da História da Salvação Deus anuncia através dos profetas a vinda do messias salvador. Quando estava próxima a vinda do messias, Deus envia o último dos profetas.

Este profeta nasce de Zacarias e Isabel. Zacarias era sacerdote no templo de Jerusalém e Isabel era prima de Maria. Na sua velhice Isabel deu à luz João Baptista, primo de Jesus. Na sua alegria Zacarias agradece ao Senhor com um cântico que ainda hoje lembramos, o Benedictus, que quer dizer bendito. Zacarias bendiz o Senhor por não se esquecer da Sua promessa e dar-lhe um filho.

João Baptista é o último profeta. Ele vem para anunciar a vinda de Jesus que vem criar uma nova aliança com o Seu povo. João é a ponte para esta nova aliança por ser o seu anunciador. Neles se faz a ponte entre o Novo Testamento, que conta a história do povo de Deus antes de Jesus e a história da Nova Aliança, que conta a relação que Jesus criou entre nós e Deus. João prepara o povo para o acolhimento desta nova e definitiva aliança.

Jesus, uma realidade histórica

Jesus é filho de Deus mas não é um ser sem identidade.

Jesus não nasceu em nenhum pais especial para filhos de Deus, nasceu num pais onde habitava um povo que trabalhava como qualquer um de nós.

O povo de Deus foi guiado do Egipto até à Palestina. Foi nesse país, e do meio desse mesmo povo, que Jesus nasceu. Jesus viveu em Nazaré com os pais como qualquer um de nós. Naquele tempo o império romano dominava e governava muitas terras. Foi nesse tempo que Jesus nasceu. O imperador ordenou o registo da população e José teve de partir com Maria para Belém, a terra onde tinha nascido, para se registarem. Maria estava perto do final da gestação de Jesus. Nascia então o menino que trazia consigo a Boa Notícia do Reino de Deus.

História de uma relação contínua...

Durante a História do Povo de Deus, a História da Salvação, Deus constrói uma relação com o Seu povo à qual chamamos aliança. Esta história começa com Abraão, o Pai de todos os crentes. Ele foi o primeiro homem a acolher o Amor de Deus. Foi o primeiro crente, o primeiro homem com fé num Deus único. Nesta relação de Amor Deus promete a Abraão uma descendência, promete a Abraão formar através dele um povo. Abraão acolhe com confiança a missão de passar a sua fé a esse povo. Através dele o povo sente a presença de Deus.

A história leva o povo de Deus ao Egipto onde foi escravizado. Lá eram obrigados a trabalhar para o povo Egípcio que os maltratava. No meio do sofrimento, era para eles, e também para nós, difícil sentir a presença de Deus. Com certeza que a fé de muitos já estava enfraquecia. Deus nunca abandona o Seu povo e chama Moisés para o resgatar do Egipto. Moisés nasceu do povo de Deus, apesar de ter vivido como Egípcio. Ele protegia o Seu povo e por causa disso foi obrigado a fugir do Egipto. Moisés, apesar de não confiar nas suas forças, confia em Deus que o envia ao Egipto para salvar o povo. Moisés, guiado por Deus, conduz o povo até à terra que lhes estava prometida. Também este caminho foi difícil e foram muitos os que vacilaram na sua confiança em Deus e preferiam voltar ao Egipto. Mas Moisés não perde a sua relação com Deus e continua a escutá-lo. Deus ouve as suas orações e envia-lhe a força que necessita para continuar. Deus envia-lhes a água que brota da rocha e o pão do céu que não mata apenas a fome e a sede mas também recupera a confiança do povo.

Deus escolhe para o Seu povo através de Samuel um rei que governe com sabedoria.
Através de profetas como Samuel, Elias e Ezequiel, Deus manifesta-se presente e conduz o povo. Eles anunciam que há-de vir o salvador. A vinda desse salvador, o Messias, Jesus, foi por fim anunciado por João Baptista.

Eis que por fim nos chega o Salvador, Jesus. Ele veio para renovar a aliança de Deus com o Seu povo. Ele é a própria palavra do Deus Pai. Vem estabelecer uma nova relação com o povo onde o Amor se revela para todos. Ele vem realizar no meio dos Homens o Amor que Deus manifestou sempre ao longo de toda a História da Salvação. Veio para que esse amor seja acolhido no coração dos homens e seja partilhado. Se fizermos como Ele nos ensinou seremos sempre sinais da presença de Deus.